quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Bodas de Ouro

A Vida É Uma Grande Viagem!

"A vida é uma grande viagem que nos proporciona encontros e desencontros... alguns apenas passam outros se repetem, às vezes de forma definitiva. Nesta está aquele que nos leva ao altar para uma união permanente do matrimônio.
O meu encontro com Graciete, que se repetiu (graças a Deus) terminou por nos levar a esta grande jornada, e que se estenderá até a eternidade, deu-se em uma casinha humilde de uma família amiga no bairro de Casa Amarela, em Recife, capital do estado de Pernambuco.
Na casa vizinha eu passei a minha infância e adolescência.
No ano de 1951, eu fazia curso de sargento da Aeronáutica, na, na Escola de Especialistas da Aeronáutica, localizada no bairro do Brás em São Paulo, no edifício onde hoje funciona o museu do imigrante.
Era o mês de janeiro daquele ano e como sempre fazia, eu estava de férias na casa de minha família, em Recife. Em um belo dia fui fazer uma visita à “dona Anginha” que morava naquela casa a que me referi acima.
Fui recebido com muita alegria por aquela senhora, que me considerava como um filho, e com quem convivera durante toda minha infância.
Foi ali que encontrei pela 1ª vez a Graciete, na minha já grande viagem de quase 20 anos (esta era minha idade).
Encontros quase diários marcaram aquela amizade, pois a Graciete estava nessa época residindo próximo à universidade Militar onde eu servia. Quando eu faltava, no dia seguinte ela me mandava um bilhetinho dizendo: “ Meu querido, não deixe de vir hoje à minha casa, pois eu tenho um assunto muito sério a tratar com você.” O assunto de fato era muito sério: Ela queria matar a saudade.
Esse amor, essa paixão incontrolada levou-nos, ao altar, onde declaramos ao Senhor que a partir daquele momento, seriamos uma só carne e permanecíamos unidos até que a morte nos separasse.
Hoje, 18 de outubro de 2008, são transcorridos 50 anos que fizemos aquele voto.
Aquele ato foi marcado por uma aliança de ouro que migrou da mão direita para a esquerda. Divino anel dourado! Mas não é o brilho desse anel que deu valor aquele ato, mas o sentimento de amor que tem revestido nossos corações, e que com a graça de Deus deverá nos acompanhar por toda a eternidade.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Raízes de uma Consciência Civica


Era uma manhã de setembro de 1950. Para ser mais preciso, dia sete daquele mês.
A tropa representativa da guarnição militar do Recife dispunha-se ao longo de ruas e avenidas centrais, prolongando-se até bairros mais próximos.
O povo apinhava-se em toda a extensão da Av. Conde da Boa Vista, onde se situava o palanque das autoridades e se distribuía pela ponte Maurício de Nassau e Av. Guararapes, aguardando pacientemente o início do tradicional desfile do “Sete de Setembro”, em homenagem ao memorável evento da Independência do Brasil.
O sol às primeiras horas da manhã já se manifestava com todo o seu brilho, estampado contra o fundo azul do céu nordestino. Parecia cumprir um tácito acordo com o povo da terra que, por tradição, inaugura naquele dia a estação balneária.

Nove horas. Um estridente toque de clarim chama à atenção a tropa, que se acha “à vontade”. Todos se perfilam e, atentos, aguardam os toques de comando.
Imprensado entre o cordão de isolamento e o público que se acotovelava, eu assistia alerta, a todo movimento, postado nas proximidades do palanque.
Passados instantes, com a tropa em “ombro-arma”, seu comandante, em pé sobre o jipe, defrontando o palanque, abate energicamente sua espada, enquanto que, em voz alta e firme, solicita à maior autoridade ali presente, autorização para proceder ao desfile.
Finalmente tem início o tão esperado momento: O deslocamento da tropa!
O ribombar dos tambores, acompanhado pelo troar da marcha cadenciada dos soldados, fazia eco em nossos corações. Aquele som rítmico e ensurdecedor parecia despertar em todos o guerreiro que dormita nas profundezas do eu.
Passados os primeiros grupamentos, surge um contingente “sui generis”: Homens, já de meia-idade, vestidos de paletó e gravata, boina verde na cabeça, marchavam garbosamente à cadência da banda. Eram os integrantes da gloriosa Força Expedicionária Brasileira – aqueles heróis anônimos, que um dia, desprezando o conforto e a segurança do lar, partiram para o campo de batalha, em terras do continente europeu, a fim de garantir a defesa de nossas instituições, assegurar a soberania de nossa Pátria e a paz e tranqüilidade de nossa gente.
Em dado momento, minha atenção é desviada para o gesto de um cidadão, ao meu lado, que levava aos olhos um lenço para enxugar duas lágrimas cristalinas que lhe escorriam pela face. Tal gesto já fora realizado momentos antes ao passar a Bandeira Nacional.
Eu não imaginava naquela época como podia uma pessoa se emocionar de tal forma, a simples rufar de tambores ou desfilar de tropa.
Fiquei tão intrigado com o comportamento daquele homem que me vi impelido a dirigirlhe a palavra após o desfile:
- Lindo desfile, não? - falei eu.
- Não apenas lindo, mas profundamente emocionante. – retrucou
Começamos a caminhar. Percebi que claudicava da perna esquerda.
Aproveitei a deixa e fui direto ao assunto:
- A propósito – disse – eu notei que o amigo se emocionou bastante com o desfile, a ponto de quase chorar. Algum motivo especial?
- Sim, meu jovem. Eu deveria estar participando desse desfile, como meus companheiros expedicionários, não fosse a infelicidade de ter-me tornado um mutilado de guerra.
Compreendi de imediato a razão porque mancava.
- Nos primeiros dias de quarenta e cinco, fazendo parte de um dos últimos escalões da FEB, parti eu, do porto de Natal, rumo ao “front”, deixando atrás de mim, amigos, Pátria e família. A saudade e a incerteza de voltar um dia a esta terra me sufocavam.
Em março daquele ano, já me encontrava em pleno campo de batalha, no Vale do Pó, na Itália. Foi ali que presenciei o episódio mais tocante da minha vida!
Eu era 1º Tenente, comandante de um dos pelotões de uma Companhia de Fuzileiros. Procurávamos avançar cautelosamente pelo terreno, aproveitando a proteção das pequenas elevações e das moitas de árvores rasteiras, progredindo, ora por lance, ora homem a homem.
Em dado momento, ao atravessar uma clareira, um Tenente, comandante de outro pelotão, é surpreendido por uma rajada de metralhadora do inimigo que nos espreitava do outro lado do terreno. Cai ao solo pesadamente e deixa saltar das mãos a Bandeira do Brasil com que já se preparava para assinalar o terreno conquistado.
Deu-se, então, o imprevisto. Um soldado de meu pelotão, metralhadora em punho, lança-se em direção do companheiro estendido. Caminhando agachado, em zig-zag, agilmente avançava e varria com rajadas o terreno de onde partiu o tiro. Alcança a bandeira e, quando a eleva do solo, uma explosão de granada faz-se ouvir. Seu corpo baqueia. Com esforço põe a arma a “tira-colo” e envolve o corpo com a bandeira, como querendo evitar que caísse em mãos do inimigo. Cai ao solo fulminado. Um fio de sangue escorre-lhe tenuemente pelo canto dos lábios.
Aquele episódio fez-me entender tudo o que já ouvira falar sobre civismo e patriotismo.
Compreendi, meu jovem, o quanto pode significar para o homem, a sua Pátria, a ponto de sacrificar a própria vida pela Bandeira que a simboliza.
Confesso que à partir daquele dia comecei a apreciar e dar sentido às cores da nossa Bandeira, suas estrelas e tudo que a constitui.
Ao contemplá-la, visualizo, com toda nitidez, o azul do nosso céu, as riquezas inexauríveis de nosso solo, e o vigor e pujança de nossas matas.
O conjunto de estrelas, tendo por fundo o círculo azul da bandeira, faz-me reviver o pedaço de céu que cobria o Rio de Janeiro no dia 15 de novembro de 1889, quando um outro bravo como aquele que tombara em campo de batalha, tomando para si as aspirações do povo brasileiro, proclama a República, cortando definitivamente as peias que nos prendiam a Portugal.
O dístico “Ordem e Progresso” tem para mim não o sabor da vã filosofia, mas de um apelo da minha Pátria para o trabalho ordenado, assegurando assim, o sucesso individual e o progresso geral da Nação.
Como garantia do sucesso, ela nos apresenta suas riquezas, ali simbolizadas pelo verde de nossas matas e o amarelo de nossos minerais.
- Meu jovem – finalizou – não espere, como eu, pelo evento terrível de uma guerra, nem pelo sacrifício da vida de um irmão, para amar com todo fervor essa Pátria tão pródiga. Que esse amor seja tão sincero que te faça defendê-la e honrá-la em seus símbolos – sua Bandeira, seu Hino e suas Armas – e , se preciso for, na presença do inimigo, defende-os com o sacrifício de tua própria vida!

José Paulo Pereira Filho
Ten. Cel. Ref. da Aeronáutica

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta: Deus fez tudo que existe?
Um estudante respondeu corajosamente: - "Sim, fez!"
Deus fez tudo, mesmo?
Sim, professor - respondeu o jovem.
O professor replicou:
Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal  existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós  mesmos,então Deus é mau.
O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito.
Outro estudante levantou sua mão e disse:
Posso lhe fazer uma pergunta, professor?
Sem dúvida, respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
Professor, o frio existe?
Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca  sentiu frio?
O rapaz respondeu:
Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.
E a escuridão, existe? - continuou o estudante.
O professor respondeu:
Mas é claro que sim.
O estudante respondeu:
Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A  escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a  escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas varias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não.
Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço?
Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo?
Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
Diga, professor, o mal existe?
Ele respondeu:
Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos,  crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas  são o mal.
Então o estudante respondeu:
O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus.
É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal.
Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor.
O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações.
É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz."




Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado... Imediatamente o diretor dirigiu-se àquele jovem e perguntou qual era o seu nome?
E ele respondeu:

ALBERT EINSTEIN, senhor!


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